domingo, 25 de marzo de 2018

No início achávamos que seria impossível. Agora, temos certeza
Vou assistir o show da Aurora aqui de casa mesmo! Brigado deus

È brutto, ma non troppo

O que estou achando de O Mecanismo?
È brutto, ma non troppo
O mais interessante dessa série O Mecanismo é que eles colocaram bem como funciona o dilema do prisioneiro
Notem que o prefácio do livro "Lava Jato" (Vladimir Netto) é escrito pelo Fernando Gabeira, e tem por título "operação transformadora" uma bonita referência à expressão "revolução criadora" - cuja a origem não sei precisar no momento. Sempre é incrível notar como comunista nunca deixa de ser comunista :)
Cá está o livro: https://direitom1universo.files.wordpress.com/2016/08/lava-jato_-o-juiz-sergio-moro-e-os-bastidores-da-operac3a7c3a3o-que-abalou-o-brasil-vladimir-netto.pdf
Quem explicar-me este trecho da Ética do Spinoza ganha um doce:

Deus: “enquanto em, ao mesmo tempo que [a ideia que é] a mente humana, também a ideia de outra coisa, dizemos, então, que a mente humana percebe essa coisa parcialmente, ou seja, inadequadamente”

corolário da proposição 11 da parte 2
acho que depois de horas lendo, talvez eu tenha começado a entender um pouco do Spinoza
Depois desse quadrimestre eu realmente perdi meu cabaço intelectual

jueves, 22 de marzo de 2018

Meine Weber - Eine Einleitung

- Dominação e Autoridade:




As relações de poder e dominação são uma constante na história humana. 
Portanto, o que se tem que pensar não é como superar tais fenômenos sociais (“utopia”), mas compreendê-los e torná-los positivos para a coesão social (“realismo”).

Definição: "a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de determinado conteúdo”. Regras consensuais e duradouras no interior das quais se desenrolam as relações de poder entre grupos distintos.

Poder: “probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma relação social, mesmo que contra toda resistência e qualquer que seja o fundamento (“conteúdo”) dessa probabilidade”

Poder como sendo a capacidade de induzir ou influenciar o comportamento de outra pessoa, seja utilizando-se de coerção, manipulação ou de normas estabelecidas, ao passo que Dominação (ou Autoridade) é o direito adquirido de se fazer obedecido e exercer influência dentro de um grupo, podendo fundamentar-se, como motivo de submissão, em tradições e costumes institucionalizados, qualidades excepcionais de determinados indivíduos, afeto, interesses ou regras estabelecidas racionalmente e aceitas por todos

Relações de dominação: históricas, mas estáveis

Relações de poder: históricas, mas transitáveis (mudanças possíveis na curta duração), ainda que ancoradas nas relações de dominação.


  • Coesão Social: estado pelo qual os indivíduos mantém-se unidos, integrados em um grupo social, ou, simplesmente, o estado de integração coesa do grupo social. Notamos que há coesão social quando temos um grupo composto por indivíduos que compartilham objetivos, ações, ideias e crenças. É esse compartilhamento que possibilita a existência do grupo.               É a coesão social que possibilita as solidariedades orgânica (nas sociedade complexas) e mecânica (nas sociedades simples). A solidariedade, por sua vez, amplia a coesão social. Em outros termos, um indivíduo só colabora com a sociedade, envolvendo-se em uma atividade econômica, por exemplo, porque está ligado ao grupo e ao colaborar fortalece essa ligação em um estado de reciprocidade. Claro que esse interesse em colaborar é também fruto de coerções sociais, tais como as determinações jurídicas, da consciência coletiva que direciona, em grande medida, o agir e pensar dos indivíduos e da necessidade psíquica de viver em grupo.

- Dominação legítima:

Definição: Dominação Legítima é a dominação exercida com o consentimento do dominado. Este seria um fenômeno essencial para a manutenção da coesão social.



Dominação legal: a obediência está fundamentada na vigência e aceitação da validade intrínseca das normas e seu quadro administrativo é mais bem representado pela burocracia. Tais regras definem a quem obedecer e até quando obedecer, tornando possível a aceitação, por parte dos subordinados, de um superior devido uma consciência de que este tem direito de dar ordens, ou seja, reconhecem que a Autoridade está no cargo ocupado e não na pessoa que o ocupa, que só pode exercer a Dominação dentro dos limites estabelecidos pelo cargo ocupado. A ideia principal da dominação legal é que deve existir um estatuto que pode ou criar ou modificar normas, desde que esse processo seja legal e de forma previamente estabelecido. Nessa forma de dominação, o dominado obedece à regra, e não à pessoa em si. A forma mais pura de dominação legal é a burocracia. Aqui o poder é impessoal, obedecendo-se à regra estatuída e não à pessoa, a administração é extremamente profissional e também está subordinada ao estatuto que a nomeou, não possui influência pessoal e/ou sentimental e seu funcionamento tem por base a disciplina do serviço. 


Dominação tradicional: Se dá pela crença na santidade de quem dá a ordem e de suas ordenações, sua ordem mais pura se dá pela autoridade patriarcal. O ordenamento é fixado pela tradição e sua violação seria um afronto à legitimidade da autoridade. Neste tipo, quem ordena é o senhor e quem obedece são os súditos, as regras são determinadas pela tradição, é regida pela honra e a boa vontade do senhor, que é considerado justo, e há uma prevalência dos princípios de equidade material em detrimento dos formais na atividade administrativa

Dominação carismática: etimologicamente, é aquela apoiada na devoção a um senhor e a seus dotes sobrenaturais (carisma). nesta forma de dominação os dominados obedecem a um senhor em virtude do seu carisma, entendido como as qualidades excepcionais que lhe conferem especial poder de mando. A influência só é possível devido qualidades pessoais, tais como faculdades mágicas, revelações, heroísmo e poder intelectual ou de oratória, com depósito de confiança em alguém que é visto como um herói, santo, salvador ou exemplo de vida, extinguindo-se quando há perda de credibilidade ou quando as virtudes que geravam tal influência sofrem desgaste, em outras palavras, a Dominação só dura enquanto há carisma. Desconhece o conceito de competência ao nomear seu quadro administrativo sem considerar qualificações profissionais e também o de privilégio ao desconsiderar os costumes. Para Weber, o carisma teria uma força revolucionária na história, pois ele tinha o poder de romper as formas normais de exercício do poder. Por outro lado, a confiança dos dominados no carisma do líder é mutável e esta forma de dominação tende para a via tradicional ou legal. Este tipo de Autoridade é um dos maiores impulsores das revoluções pela qual a humanidade passa, entretanto, por ser extremamente pessoal, tende a ser autoritário em sua forma mais pura.

O objetivo da palestra proferida foi explicar os tipos de autoridade descritos por Weber em seu trabalho, entretanto é interessante ressaltar que os três tipos expostos são ideais, não no sentido de que deveriam ser estes os existentes na realidade, mas no sentido de serem projeções "utópicas" que não podem ser encontradas de forma pura na realidade, apresentando-se, freqüentemente, combinados.


- Tipo ideal:

Discussão entre realismo e normativismo

Neutralidade axiológica do cientista: a verdade como construção explicativa (escolha do objeto [valores] -hipótese –método/empiria).
O pouco que posso falar sobre Weber é tirado do estudo e das aulas sobre o Três tipos puros de dominação legítima (Drei reine Typen legitimer Herrschaft)
Um tipo ideal (ou tipo puro - Idealtypus) é uma abstração usada pelo Weber para sintetizar conceitos em sua sociologia. Seria um conceito subjetivo que seleciona o essencial pra analise social.
Acho que fica mais claro se eu o "tipo" e o "ideal"
Essas ideia de tipo é muito comum na Alemanha naquela época, então eu vou usar a definição no dicionário Nietzsche: "tipo funciona como um modo de apreensão de fenômenos diversos e antagônicos do mundo".
Ideal ou pura é uma um instrumento advindo do Neokantismo, que floresceu na época do Weber.
O Kant (q escreveu a crítica da razão pura) via o conhecimento do mundo como um processo de tornar geral os elementos diversos da realidade - é um processo muito parecido com o d vc ver um monte de estrela no céu e enxergar algum desenho formado por elas. Não é algo que esteja realmente lá, é uma seleção dos elementos que facilitam a criação de sentido naquele contexto.

Por isso o Weber escreve os "três tipos puros" e descreve cada um, digamos, no contexto social os tipos de dominação não estão separados. Muito pelo contrário. Mas mesmo assim ele tipifica "dominação legal", "dominação carismática", "dominação tradicional" como se ocorressem separados. O Sérgio Buarque de Holanda também se inspira nessa tipificação, o "homem cordial" dele não é mais que um tipo ideal.

- Tipologia das ações sociais:

Ação social refere-se a qualquer ação que leva em conta ações ou reações de outros indivíduos e é modificada baseando-se nesses eventos. Em suas palavras: “A ação humana é social na medida em que, em função da significação subjetiva que o indivíduo que age lhe atribui, toma em consideração o comportamento dos outros e é por ele afetada no seu curso”
1. Ação social racional com relação a fins (instrumental), na qual a ação é estritamente racional. Toma-se um fim e este é, então, racionalmente buscado. Há a escolha dos melhores meios para se realizar um fim.
2. Ação social racional com relação a valores, na qual não é o fim que orienta a ação, mas o valor, seja este ético, religioso, político ou estético;
3. Ação social afetiva, em que a conduta é movida por sentimentos, tais como orgulho, vingança, loucura, paixão, inveja, medo, etc., e
4. Ação social tradicional, que tem como fonte motivadora os costumes ou hábitos arraigados. (Observe que as duas últimas são irracionais).


Weber mostra que o espírito do capitalismo não é caracterizado pela busca desenfreada do prazer e pela busca do dinheiro por si mesmo. O espírito do capitalismo deve ser entendido como uma ética de vida, uma orientação na qual o indivíduo vê a dedicação ao trabalho e a busca metódica da riqueza como um dever moral

- Racionalização:


Propensão cada vez maior das pessoas a instrumentalização do conhecimento, para o progresso na vida social. Controle da natureza –controle dos outros homens.

Lógica da produção, do trabalho e da riqueza. Generalização do planejamento e do cálculo. Expansão das ações racionais com relação a fins (“racionalidade instrumental”).

- Estado Moderno:


O Estado moderno seria o exemplo acabado deste fato. Ele estaria baseado em duas bases concretas: a) monopólio da violência; b) difusão da dominação racional-legal e, portanto, do aparato burocrático como modelo de administração.
Isto levaria ao contínuo desencantamento do mundo, pois as ações sociais estariam voltadas a execução de planos.

- Desencantamento do mundo:


Incapacidade de pensar e agir de forma original, criativa e “encantada”. A modernidade é “uma jaula de ferro”.

- Estratificação social:


Definição: Estratificação social é divisão hierárquica da sociedade em estratos sociais diferenciados. Exemplos: classes sociais, castas, gênero, grupos de status, “raças”, camadas, grupos de poder etc.

Um das formas primordiais da existência das diferenciações e distinções sociais e das desigualdades nas sociedades modernas.

Permite a existência de explicações multicausais.

Modelo tridimensional: classes sociais, partidos e grupos de status. Grupos de interesse que podem estar conectados e/ou lutar tanto entre si quanto uns contra os outros.

Classes sociais: agrupamentos de interesses similares em virtude de posições similares do mercado.

As classes dominantes são aquelas que conseguem o monopólio sobre algum mercado lucrativo. As classes intermediárias (ou médias) são aquelas que obtêm apenas domínios parciais ou monopólios de mercados não tão vantajosos. As classes inferiores (ou dominadas) são aquelas que não conseguem obter vantagens nestes mercados e, por isto, são obrigadas a competir no mercado aberto, estando sujeitas às suas forças niveladoras.

- Grupos de Status:


Grupos de status: agrupamentos de interesses similares em virtude de posições semelhantes no mundo da cultura, por terem um estilo de vida e uma visão de mundo parecida. Podem ser grupos étnicos, “raciais”, de jovens, religiosos, nacionalistas etc. Normalmente os grupos de status dependem das distinções sociais (P. Bourdieu).

Mas há também conexões entre classes sociais e grupos de status. Em primeiro lugar, porque a manutenção de um status pode depender da riqueza material. Em segundo lugar, porque uma classe social tende a se formar também como um grupo de status. Em particular, as classes dominantes. Quando isto ocorre este grupo fortalece sua posição como uma comunidade social.

- Partidos


Partidos: agrupamentos de interesses similares em virtude de posições políticas. Sobretudo em relação ao Estado moderno. Ou seja, em torno da luta pelos meios de administração deste Estado: aparato burocrático, forças militares, corpo jurídico e legislativo, instituições governamentais, etc.

martes, 20 de marzo de 2018

O cinema português faz uma espécie de cinematografia sem imagem. Quem melhor apreendeu isso foi o João César Monteiro em seu Branca de Neve

sábado, 17 de marzo de 2018


Tentei pôr-me no lugar de quem defende que a morte da vereadora é um assassinato como qualquer outro que há por aí para entender melhor este argumento.
Mas não deu

martes, 13 de marzo de 2018

Platão



INFORMAÇÕES BIOGRÁFICAS







Platão nasceu em 427 a.C. Supõe-se que seu nome poderia ser Aristócles e Platão apenas um apelido - porém isso não é confirmado.





Platão era de família aristocrática e seria descendente do legislador Sólon - um dos sete sábios. O filósofo havia sido preparado para seguir carreira na política ao mesmo tempo que tinha talento para a poesia. Porém, tudo isso foi superado quando este conheceu a Sócrates - ele queimou todos os poemas que havia escrito.





Após a condenação e morte de Sócrates, Platão deixou Atenas - retornando em 487 e fundando a Academia. Nesta, Platão conhecer Aristóteles.







O filósofo veio a falecer 40 anos após fundar a Academia enquanto escrevia as Leis.





Periodização dos diálogos





Platão escreveu sua obra na forma de diálogos. Tais diálogo em seio de seu corpus trás opiniões divergentes do autor. Dado a isso, os scorlars platônicos incumbem-se da missão de cronologicizar os textos.







Há um razoável consenso que os diálogos de juventude são os mais braves. Atribui-se o método ao que seria a atividade do Sócrates histórico. Há também os diálogos de período intermediário, nos quais se põe frequentemente o Górgias e o Ménon. Sobre o segundo falaremos mais adiante, ele tem elementos socráticos e platônicos em sua composição. Os diálogos do período intermediário são os mais famosos. Estes são o Fédon, o Banquete e a República. Estes diálogos formam o centro do que pode-se chamar de “platonismo”. Os diálogos posteriores, do período da velhice de Platão são convencionados como incluindo, dentre outros, o Teeteto, o Político, o Filebo e as Leis. Neste último Sócrates (que é o principal interlocutor em grande parte dos diálogos) desaparece. Há também problemas na periodização, como por exemplo o diálogo Timeu, que é comumente atribuído ao período de maturidade do autor porém refere-se à teoria das formas de maneira muito semelhante aos diálogos do período intermediário. Assim como o Parmênides, que tem a forma dos diálogos do período intermediário mas responde críticas atinentes à maturidade do Filósofo. Bernard Williams comenta também que não há nenhuma boa razão para crermos que um diálogo começou a ser escrito após a finalização de outro. Pode ter tido diálogos escritos no mesmo período





Sobre a Virtude





Sócrates em vários diálogos seguia o procedimento de transformar uma questão prática e teórica. Assim, quando a questão era sobre “a virtude pode ser ensinada?” ou a coragem, Sócrates sempre passava a pergunta para a análise do objeto, ou seja, o que é a virtude ou o que é a coragem. Este procedimento intelectual exige que a explicação não seja por meio de exemplos ou de definições, porém sim uma explanação sobre o objeto. A questão sobre o que é a virtude está no seio do diálogo Menón. Que tem como mote a questão “a virtude pode ser ensinada?”.





A questão inicia-se com o seguinte mote: como posso buscar o saber se o conhecimento que possuo não vou buscá-lo, pois já o possuo e o conhecimento que ignoro não posso buscá-lo pois não sei do que se trata?





O Menón é um diálogo socrático no consoante em que pretende revisar ideias. Estando no esteio disso que Sócrates enfrentará o questionamento do jovem Menón. Porém, seu caráter de transição dá-se pois o movimento socrático está no esteio de que a teoria pode mudar a vida de uma pessoa e as seguintes falar de Sócrates visam mostrar a Menón que virtudes podem ser conhecidas. Tal mote é como diz Williams uma ideia instintivamente platônica.


A refutação socrática ao argumento sofístico avançado por Menón e caminha no sentido de demonstrar que a alma é imortal.





Mas o que tem a ver?





Para Sócrates, a ideia de que a alma é imortal nos mostra que nossas almas já viram muitas coisas e têm em si os conhecimentos do certo e do errado.





Neste momento Sócrates passa a tentar demonstrar a imortalidade da alma. Para isso ele chamará um escravo que nasceu na casa de Menón e que segundo este nunca estudou geometria. Em poucos momentos o escravo chamado por Sócrates consegue responder várias questões desenvolvidas a partir dum quadrado.





B. William analisa tal argumento. Para ele, se esta cena provasse que a alma do escravo provasse que a alma do escravo vivera anteriormente não estaria provado que tal fosse imortal. Pois, da existência anterior não aufere-se a imortalidade.





Ele argumenta que o essencial para o exercício se desenvolva com algum conhecimento a priori - que não necessita de experiência - exemplifica que se as questões sobre história ou sobre geografia.





Tal cena demonstra apenas que conhecimentos a priori seriam inatos e não que os tais tenham sido adquiridos em outras vidas.





Sócrates segue a investigação supondo que apenas o que é conhecimento pode ser ensinado.





No esteio desta pressuposição ele diferencia conhecimento de opinião verdadeira. Citando a cidade de Larissa, ele menciona o viajante que lá chegou por conhecer o caminho e o que encontrou-a por acaso. Conhecimento é justamente saber as razões do que é opinião verdadeira.





Feito isso ele torna a questão “como é possível pais virtuosos não conseguirem ensinar a virtude aos filhos?”. Tais pais conheciam apenas as opiniões verdadeiras das quais se tratasse a virtude. Eles nunca tiveram conhecimento desta.





Então estas não eram capazes de estabelecer ligações racionais entre tais opiniões verdadeiras.


“Teoria das Formas”





“Uma Forma era um paradigma”





Segundo a Teoria das Formas o mundo sensível não seria o mundo real, e sim um mundo de cópias de outro mundo inteligível no qual há entidades chamadas Formas, que são perfeitas e imutáveis. Para B. Williams, a Forma não seria uma entidade existente e real, e sim um paradigma. Um modelo superior do qual não se pode encontrar neste mundo porém que baseia tudo o que é nele existente, no esteio disso B. Williams afirma:


“As conceções de uma Forma como um paradigma ou de uma Forma como uma qualidade ou característica geral vêm juntas com força especial quando há uma qualidade que encontramos nas coisas particulares, mas que ocorre nelas de um modo que é imperfeito no sentido forte de que nossa experiência com relação a elas carrega com ela uma aspiração”.





O autor faz uma exposição das várias maneiras que as Formas aparecem na obra platônica, por exemplo:





Ao explicar a mudança: Platão estabelece diferenciações entre as formas e os particulares no mote de que estes seriam a eterna mudança enquanto aquelas representavam o fixo e permanente. Citando “sob este aspecto, há um sentido mais amplo no qual as coisas do mundo são imperfeitas, se comparadas com as formas. Apenas em alguns casos, como o da beleza, a imperfeição das coisas particulares invoca o pathos da incompletude, de falta, na realidade de nostalgia.


Em diálogos como o Parmênides coloca-se questão sobre se a forma é propriedade de si mesma, por exemplo, se a Forma da beleza é ao mesmo tempo bela, se a forma da umidade é úmida.


No Sofista o conceito de Forma aparece acompanhado do cinco outras noções, são elas a noção de ser, mesmo, outro, identidade e diferença. No curso de sua investigação, Platão distingue as várias formas de uma coisa “ser”. Citando B.Williams “Ele também reconhece aí, apartando-se gravemente do admirado Parmênides, que não pode haver dois mundos de aparência e realidade. se algo parece ser assim, então esse algo realmente parece assim: a aparência em si mesma deve ser parte da realidade. Esta conclusão por si só representa um repúdio por completo da metafísica exporta em a República.


O Teeteto oferece uma discussão sobre as Formas mais sofisticada. Com a teoria da percepção sensorial que questiona, nos moldes do Ménon, se é mesmo possível que uma pessoa meramente acredite no que outra pessoa sabe. Citando “A subida da caverna deve ser uma história de iluminação pessoal, se a república deve cumprir de ajudar-nos a compreender como viver, e para isso é necessária uma psicologia da opinião que possa unir a lacuna metafísica entre o eterno e o mutável”.
Será que todos vêem tanto e tão longe quanto eu?
Será que só eu acho perturbador tudo o que enxergo ao longe (muito do que enxergo de perto)?
Será que os invisuais são mais felizes por não enxergarem tanto tantas vezes como nós?

Ideia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita de Immanuel Kant





Kant inicia o texto afirmando que leis naturais universais determinam todo acontecimento natural, incluindo a liberdade da vontade e as ações humanas. Tal determinação da natureza permite descobrir aí um curso regular da história, esta que ocupa-se da narrativa das manifestações da vontade. Kant crê que observando-as em linhas gerais é possível descobrir um desenvolvimento continuamente progressivo das disposições originais da espécie. Ele argumenta que as estatísticas dos grandes países demonstram haver uma regularidade na quantidade de casamentos e nascimentos, apesar destes estarem condicionados apenas à liberdade da vontade humana, pelos números pode-se perceber que eles seguem leis naturais constantes. Compara-se com a meteorologia, dizendo apesar que as variações atmosféricas não permitirem uma previsão do clima, este é determinado pelas mais claras leis naturais. O autor nos conta que os propósitos da natureza manifestam-se nos homens enquanto estes seguem seus próprios desejos e anseios - mesmo sem os homens tomarem conhecimento destes, e mesmo se tomassem, não faria a mínima diferença.







Apesar de que, citam Kant “os homens em seus esforços não procedem apenas instintivamente, como os animais, nem como razoáveis cidadãos do mundo, segundo um plano preestabelecido, uma história planificada (como é, de alguma forma, a das abelhas e dos castores) parece ser impossível”. [grifo meu, questão: se fôssemos razoáveis cidadãos do mundo nosso história seria planificada?]







Continuando: “É difícil disfarçar um um certo dissabor quando se observa a conduta humana posta em um certo cenário mundial, e muitas vezes o que isoladamente aparenta sabedoria ao final mostra-se, no seu conjunto, entretecido de tolice, capricho pueril e frequentemente também de maldade infantil e vandalismo: com o que não se sabe ao cabo que conceito se deva formar dessa nossa espécie tão orgulhosa de suas prerrogativas”. [meio que isto contrasta com a crença no progresso da história apresentada mais acima “desenvolvimento continuamente progressivo”]







O filósofo não pode senão tentar descobrir um propósito da natureza que planeie a história duma criatura que não tem nenhum propósito racional próprio.
















Primeira Proposição: “todas as disposições naturais de uma criatura estão destinadas a um dia desenvolver-se completamente e conforme um fim”.







Kant compara tal proposição com o que seria confirmado nos animais que segundo ele “um órgão que não deva ser usado, uma ordenação que não atinja seu fim são contradições à doutrina teleológica da natureza.







E o autor da Crítica da Razão Pura prossegue o argumento: “Pois, se prescindimos desse princípio, não teremos uma natureza regulada por leis, e sim um jogo sem finalidade da natureza e uma indeterminação desconsoladora toma o lugar do fio condutor da razão”. [meio que a evolução deixou o Kant pra trás, pois é manifesto seu caráter aleatório que se é regido por leis naturais, estas não nos permitem pressupor uma racionalidade da natureza (telos)]







Segunda proposição: “no homem (única criatura racional sobre a terra) aquelas disposições naturais que estão voltadas para o uso da sua razão devem desenvolver-se completamente apenas na espécie e não no indivíduo”.







O autor afirma que o homem teria de ter uma vida desmesuradamente longa para realizar os propósitos da razão e como não tem, necessita de uma série indefinida de gerações para realizá-los.







Cito: “e este momento precisa ser, ao menos na ideia dos homens, o objetivo de seus esforços, pois senão as disposições naturais teriam de ser vistas como inúteis e sem finalidade”.







“O que aboliria todos os princípios práticos”? [WTF???]

















Terceira Proposição: “a natureza quis que o homem tirasse inteiramente de si tudo o que ultrapassa a ordenação mecânica de sua existência animal e que não participasse de nenhuma felicidade ou perfeição senão daquela que ele proporciona a si mesmo livre do instinto, por meio da própria razão”.


O filósofo de Königsberg reafirma sua crença de que nada na natureza é supérfluo e afirma que tendo esta dado ao homem a razão enviou com ela um indício de seu propósito quanto à maneira de dotá-la. “Ele não deveria ser guiado pelo instinto, ou ser provido e ensinado pelo conhecimento inato; ele deveria, antes tirar tudo de si mesmo”. [que é o que ele chama de maioridade, não?]


“Como se ela apontasse mais para a auto-estima racional que para o bem-estar”.


[caras esse texto é tão fantástico que vou lê-lo até “da vida e do bem-estar”]


“como classe de seres racionais, todos mortais, mas cuja espécie é imortal, deve todavia atingir a plenitude do desenvolvimento de suas disposições”.





Quarta Proposição: “o meio que a natureza se serve para realizar o desenvolvimento de todas as suas disposições é antagonismo delas na sociedade, na medida em que ele se torna ao fim a causa de uma ordem regulada por leis desta sociedade”.





(a partir daqui a parada começa a ficar cabulosa)





Kant expõe a contradição que classifica como o antagonismo da insociável sociabilidade dos homens.


O autor diz que na natureza humana é evidente um conflito entre a disposição de entrar em sociedade (citando “porque se sente mais como um homem num tal estado”) e uma forte tendência a separar-se (segundo Kant “porque encontra em si ao mesmo tempo uma qualidade insociável que o leva a querer conduzir tudo simplesmente em seu proveito”).


Kant atribui a esta oposição a capacidade de despertar todas as potencialidades do homem e de superar sua tendência à preguiça, citando “movido pela busca de projeção, pela ânsia de dominação ou pela cobiça , a proporcionar-se uma posição entre companheiros que ele não atura mas das quais ele não pode prescindir.”


Ele atribui a isso um “progressivo iluminar-se”, ou seja, uma passagem da rudeza à cultura.


Segundo Kant os talentos do homem se afloram por causa das qualidades da insociabilidade sem as quais “os homens, de tão boa índole quanto as ovelhas que apascentam, mal proporcionariam à sua existência um valor mais alto que de seus animais”.


[LER O RESTO DO PARÁGRAFO INTEIRO]





Quinta Proposição: “o maior problema para a espécie humana, a cuja solução a natureza a obriga, é alcançar uma sociedade civil que administre universalmente o direito”.


Uma constituição civil justa deve ser o mais alto propósito da natureza pois permite o desenvolvimento de todas as suas disposições, dado que as inclinações do homens não lhes permite viver juntos em liberdade selvagem [Hobbes?].


E cito “Toda cultura e toda arte que ornamentam a humanidade [...]” fim de citação





Sexta Proposição: “este problema é, ao mesmo tempo, o mais difícil e o que será resolvido por último peça espécie humana”.


Esta dificuldade dá-se, segundo o autor, porque o homem “tem a necessidade de um senhor”. Ele por ser racional busca uma lei que limite a liberdade de todos, porém sua inclinação egoísta o leva a violá-la onde for possível [capacetes]


Para que todos os homens possam ser livres, o homem necessita de um senhor que quebre com todas as vontades particulares e o faça obedecer à vontade universalmente válida.


MAS DE ONDE TIRAR ESSE SENHOR?


POIS ESTE TAMBÉM É UM ANIMAL E TEM NECESSIDADE DE UM SENHOR


“DE MODO NENHUM DE OUTRO LUGAR SENÃO DA ESPÉCIE HUMANA {...] NÃO SE PODE FAZER NADA RETO”.






Sétima Proposição: “o problema do estabelecimento de uma constituição civil perfeita depende do problema da relação externa legal entre Estados, e não pode ser resolvido sem que este último o seja”.

Kant inicia com uma questão, “para que serve trabalhar para uma constituição civil [...] na ordenação de uma república?”
Kant explica que cada estado gozando de liberdade irrestrita causa os mesmos males que oprimiam os indivíduos nesta situação. Segundo ele, a natureza se serviu da incompatibilidade entre os homens como meio para encontrar em seu antagonismo um estado de tranquilidade e segurança, por meio de guerras e de seus males, ela conduz os Estados àquilo que a razão poderia ter-lhes dito sem tão tristes experiências, e cito “sair do estado sem leis do selvagem [...] segundo leis de uma vontade unificada”
Para Kant, todas as guerras são tentativas de estabelecer uma ordem internacional, sempre destruindo o velho e substituindo-o pelo novo. Isto sucessivamente até arranjar-se a melhor ordenação possível da constituição civil, por meio de legislações comuns.



Nisso ele questiona se tal condição dar-se-á através do que ele chama de “concurso epicurista”, ou seja, uma metáfora política do materialismo epicurista. Na qual o Estado seria como a matéria, alcançando diversas configurações por meio de choques até que algum dia (num acaso que dificilmente acontecerá) acidentalmente encontre-se uma configuração permanente. Ou se se deve acertar que a natureza conduza a nossa espécie de um grau menos de humanidade até um grau supremo. Ou se se todos as ações humanas não provêem nada que permaneça ou pelo menos, que as coisas permanecerão como sempre têm sido.


Segundo Kant, tudo leva aproximadamente à seguinte questão: (leia a questão)


O que o estado selvagem sem finalidade fez foi obrigar-nos a entrar num estado de constituição civil também a liberdade bárbara dos estados o efetua. Ou seja, o uso de todos os recursos da comunidade contra outros estados. Daí os males que emergem obrigá-nos novamente a buscar uma lei de equilíbrio. A introduzir um estado cosmopolita de segurança pública entre os estados.


E cito a partir de “antes que este estado aconteça [...] [até] constitui apenas a civilização.





No final, Kant afirma que todo bem que não for realizado com uma intenção moralmente boa nada mais é do que pura aparência. E cito “Os gênero humano permanecerá neste estado até que [..] saia do estado caótico em que se encontram as relações entre os estados”.


lunes, 12 de marzo de 2018



Platão escreveu sua obra na forma de diálogos. Tais diálogo em seio de seu corpus trás opiniões divergentes do autor. Dado a isso, os scorlars platônicos incumbem-se da missão de cronologicizar os textos.





Há um razoável consenso que os diálogos de juventude são os mais braves. Atribui-se o método ao que seria a atividade do Sócrates histórico. Há também os diálogos de período intermediário, nos quais se põe frequentemente o Górgias e o Ménon. Sobre o segundo falaremos mais adiante, ele tem elementos socráticos e platônicos em sua composição. Os diálogos do período intermediário são os mais famosos. Estes são o Fédon, o Banquete e a República. Estes diálogos formam o centro do que pode-se chamar de “platonismo”. Os diálogos posteriores, do período da velhice de Platão são convencionados como incluindo, dentre outros, o Teeteto, o Político, o Filebo e as Leis. Neste último Sócrates (que é o principal interlocutor em grande parte dos diálogos) desaparece. Há também problemas na periodização, como por exemplo o diálogo Timeu, que é comumente atribuído ao período de maturidade do autor porém refere-se à teoria das formas de maneira muito semelhante aos diálogos do período intermediário. Assim como o Parmênides, que tem a forma dos diálogos do período intermediário mas responde críticas atinentes à maturidade do Filósofo. Bernard Williams comenta também que não há nenhuma boa razão para crermos que um diálogo começou a ser escrito após a finalização de outro. Pode ter tido diálogos escritos no mesmo período


Sócrates em vários diálogos seguia o procedimento de transformar uma questão prática e teórica. Assim, quando a questão era sobre “a virtude pode ser ensinada?” ou a coragem, Sócrates sempre passava a pergunta para a análise do objeto, ou seja, o que é a virtude ou o que é a coragem. Este procedimento intelectual exige que a explicação não seja por meio de exemplos ou de definições, porém sim uma explanação sobre o objeto. A questão sobre o que é a virtude está no seio do diálogo Menón. Que tem como mote a questão “a virtude pode ser ensinada?”.


A questão inicia-se com o seguinte mote: como posso buscar o saber se o conhecimento que possuo não vou buscá-lo, pois já o possuo e o conhecimento que ignoro não posso buscá-lo pois não sei do que se trata?


O Menón é um diálogo socrático no consoante em que pretende revisar ideias. Estando no esteio disso que Sócrates enfrentará o questionamento do jovem Menón. Porém, seu caráter de transição dá-se pois o movimento socrático está no esteio de que a teoria pode mudar a vida de uma pessoa e as seguintes falar de Sócrates visam mostrar a Menón que virtudes podem ser conhecidas. Tal mote é como diz Williams uma ideia instintivamente platônica.


A refutação socrática ao argumento sofístico avançado por Menón e caminha no sentido de demonstrar que a alma é imortal.


Mas o que tem a ver?


Para Sócrates, a ideia de que a alma é imortal nos mostra que nossas almas já viram muitas coisas e têm em si os conhecimentos do certo e do errado.


Neste momento Sócrates passa a tentar demonstrar a imortalidade da alma. Para isso ele chamará um escravo que nasceu na casa de Menón e que segundo este nunca estudou geometria. Em poucos momentos o escravo chamado por Sócrates consegue responder várias questões desenvolvidas a partir dum quadrado.


B. William analisa tal argumento. Para ele, se esta cena provasse que a alma do escravo provasse que a alma do escravo vivera anteriormente não estaria provado que tal fosse imortal. Pois, da existência anterior não aufere-se a imortalidade.


Ele argumenta que o essencial para o exercício se desenvolva com algum conhecimento a priori - que não necessita de experiência - exemplifica que se as questões sobre história ou sobre geografia.


Tal cena demonstra apenas que conhecimentos a priori seriam inatos e não que os tais tenham sido adquiridos em outras vidas.


Sócrates segue a investigação supondo que apenas o que é conhecimento pode ser ensinado.


No esteio desta pressuposição ele diferencia conhecimento de opinião verdadeira. Citando a cidade de Larissa, ele menciona o viajante que lá chegou por conhecer o caminho e o que encontrou-a por acaso. Conhecimento é justamente saber as razões do que é opinião verdadeira.


Feito isso ele torna a questão “como é possível pais virtuosos não conseguirem ensinar a virtude aos filhos?”. Tais pais conheciam apenas as opiniões verdadeiras das quais se tratasse a virtude. Eles nunca tiveram conhecimento desta.


Então estas não eram capazes de estabelecer ligações racionais entre tais opiniões verdadeiras.





INFORMAÇÕES BIOGRÁFICAS





Platão nasceu em 427 a.C. Supõe-se que seu nome poderia ser Aristócles e Platão apenas um apelido - porém isso não é confirmado.


Platão era de família aristocrática e seria descendente do legislador Sólon - um dos sete sábios. O filósofo havia sido preparado para seguir carreira na política ao mesmo tempo que tinha talento para a poesia. Porém, tudo isso foi superado quando este conheceu a Sócrates - ele queimou todos os poemas que havia escrito.


Após a condenação e morte de Sócrates, Platão deixou Atenas - retornando em 487 e fundando a Academia. Nesta, Platão conhecer Aristóteles.





O filósofo veio a falecer 40 anos após fundar a Academia enquanto escrevia as Leis.

viernes, 2 de marzo de 2018

Weber

O pouco que posso falar sobre Weber é tirado do estudo e das aulas sobre o Três tipos puros de dominação legítima (Drei reine Typen legitimer Herrschaft)
Um tipo ideal (ou tipo puro - Idealtypus) é uma abstração usada pelo Weber para sintetizar conceitos em sua sociologia. Seria um conceito subjetivo que seleciona o essencial pra analise social.
Acho que fica mais claro se eu o "tipo" e o "ideal"
Essas ideia de tipo é muito comum na Alemanha naquela época, então eu vou usar a definição no dicionário Nietzsche: "tipo funciona como um modo de apreensão de fenômenos diversos e antagônicos do mundo".
Ideal ou pura é uma um instrumento advindo do Neokantismo, que floresceu na época do Weber.
O Kant (q escreveu a crítica da razão pura) via o conhecimento do mundo como um processo de tornar geral os elementos diversos da realidade - é um processo muito parecido com o d vc ver um monte de estrela no céu e enxergar algum desenho formado por elas. Não é algo que esteja realmente lá, é uma seleção dos elementos que facilitam a criação de sentido naquele contexto.
Por isso o Weber escreve os "três tipos puros" e descreve cada um, digamos, no contexto social os tipos de dominação não estão separados. Muito pelo contrário. Mas mesmo assim ele tipifica "dominação legal", "dominação carismática", "dominação tradicional" como se ocorressem separados. O Sérgio Buarque de Holanda também se inspira nessa tipificação, o "homem cordial" dele não é mais que um tipo ideal.